segunda-feira, 7 de junho de 2010

Esse Tal De Roque Enrow


O mundo está em falta de bandas e cantores imponentes. Onde estão nossos Pete Townshend com suas letras revolucionárias? Podemos dizer, citando AC/DC, que seguimos mesmo uma autoestrada para o inferno. Agora, estamos rodeados de música mais ou menos.

Não estou tirando o valor dos meninos do indie rock como Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, The Killers, Muse, entre outros. Mas falta alguma coisa, falta aquilo que eternizou uma das canções de rock mais lindas da história: “Stairway to Heaven” (Led Zeppelin). Estamos numa geração órfã de alguém que fale por nós. Com isso continuamos apelando para nosso querido Townshend na letra de "My Generation”.

O rock não é mais o mesmo, nunca mais vai existir um fab four ou um rei do rock. Elvis e os Beatles ainda estão vivos no coração de todos. Mas devo citar Bob Dylan: “The times they are a-changing”. O tempo muda tudo: as pessoas, as cabeças, as opiniões e, inclusive, o rock’n’roll. As mudanças ocorrem naturalmente e na maior parte são positivas, mas por outro lado tornou-se impossível imaginar que possa surgir um novo Angus Young.

Poderia falar especificamente do Brasil, mas a história aqui é bem mais complicada. Chico, Caetano, Mutantes, até mesmo Cazuza nos deixaram mal acostumados. Tão mal acostumados que é difícil ouvirmos alguém tão bom. Até porque a mídia nos impõe artistas “geniais” como Felipe Dylon, e agride o talento musical nacional.

Talvez daqui a 30 anos as letras do The White Stripes sejam vistas como as dos Rolling Stones, ou Julian Casablancas (The Strokes) seja um novo Joe Strummer (The Clash). Sinceramente, isso se chama sonhar demais. Alegres aqueles que viveram a época boa do rock, a época em que se podia ir a shows de bandas como AC/DC, Rolling Stones, The Beatles, The Doors, The Who, Queen, Pink Floyd. Não que não seja mais possível ir a shows de alguns destes, mas o calor do momento não é mais o mesmo.

A solução que nos resta é ouvir os CD’s oriundos dos LP’s. Aliás falar em CD já é fora de moda. O jeito mesmo é baixar as discografias. Lamento pela falta de ídolos atuais, mas fico feliz por termos acesso a todo esse material. Não temos como viver aquela época. Somos apenas, como cantou Jim Morrison, viajantes na tempestade, à procura de gênios musicais que falem por nós.